Era uma vez um menino que se chamava Alfredo.
Um dia, ele ia para a escola e os colegas dele começaram-lhe a chamar nomes feios.
_ O Alfredo é baixo, gordo e feio!
_ Não, não, - respondia ele muito envergonhado.
Quando chegou a casa, foi logo ter com o pai e perguntou-lhe se era mesmo assim como os colegas diziam. O pai lá o aconselhou e no dia seguinte, o menino encarou os colegas com valentia.
_ O Alfredo tem sapatos rotos…
_ Não, não, os meus dedos é que são curiosos! – dizia ele.
_ O Alfredo tem pés a cheirar a chulé!
_ Não, não, só tenho pés a cheirar à natureza.
_ O Alfredo é olheiro! O Alfredo é olheiro!
_ Não, eu tenho, é olhos vistosos e alegres que gostam de ver tudo.
_ O Alfredo é muito gordo! O Alfredo é muito gordo!
_ Não, tudo isto é muito músculo e exercício físico e os meus órgãos precisam de muito espaço.
_ O Alfredo é caixa de óculos!
_ Não, não, são apenas olhos que gostam de espreitar pelas janelas.
_ Tens uma cabeça grande…
_ Não! Tenho, é um cérebro pensador...
_ Andas sempre com o pingo no nariz!
_ Não, não, eu apenas colecciono ranho na minha camisola…
_ O estômago do Alfredo faz rom-rom… Ou vais dizer que ele tem fome?
_ Não, não, ele apenas quer comer! Querem vir comigo almoçar a casa?
E todos lá foram com o Alfredo e nunca mais se meteram com ele por causa das suas diferenças, pois perceberam que é errado discriminar seja quem for.
Quando na escola o Alfredo pensava que os colegas lhe iam chamar nomes, eles apenas lhe diziam cheios de orgulho:
_ O Alfredo é muito inteligente! O Alfredo é muito inteligente! Nós somos amigos dele. Nós somos amigos dele.
FIM
Plano Nacional de Leitura
Obra lida: «Orelhas de borboleta»
Alunos do 4ºano/2