No dia 7 de maio de 2019, por volta das 14h, tivemos uma visita especial na nossa escola. O Senhor João, um técnico do projeto “Maletas Viajantes” da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, veio contar uma história muito interessante. Com ele trouxe uma mala gigante, a que chamou Maleta Pedagógica.
Feitas as apresentações, começou a contar a história da região do Vale do Ave, no século XIX, e de uma família que vivia do sustento que a terra dava. A história conta-nos, então, a vida da família da Adelaide, uma menina que, desde cedo, começou a trabalhar numa fábrica têxtil para ajudar a sua pobre e humilde família. Adelaide tinha dois irmãos. Todos acordavam às 6h 30min para irem trabalhar para as fábricas e a distância de casa deles até às fábricas era cerca de 6 Km para lá e para cá. A sua mãe tinha de acordar às 6h para fazer a marmita para o almoço que durava só 30 minutos e onde apenas comiam uma sopa. Os ingredientes da sopa eram: água, batatas, cenoura raspada, nabos, espargos e beterrabas que eram os alimentos que a terra dava. Todos em sua casa trabalhavam no campo e na fábrica para poderem ganhar o sustento pois a vida era muito difícil.
O senhor João explicou que uma família neste tempo trabalhava à volta de 10 a 12 horas por dia ou até 18, passando a maior parte do dia a trabalhar: ou no campo, ou na fábrica têxtil. Até as crianças, como a Adelaide e seus irmãos, tinham de ajudar a ganhar dinheiro. Não iam para a escola nem tinham brinquedos como os meninos de agora. Adelaide, para além de trabalhar na fábrica também trabalhava no tear, em casa, para fazer roupa para a família.
Na fábrica têxtil trabalhava-se muito as matérias-primas como o linho e o algodão e assim nasciam os tecidos.
O Senhor João disse que aqueles tempos eram muito difíceis e que as pessoas tinham que trabalhar mas não tinham com quem deixar os seus filhos. Foi então que começaram a pensar em arranjar uma espécie de casa para os filhos dos trabalhadores ficarem enquanto eles trabalhavam. Daí veio a ideia das creches. Também começaram a surgir manifestações dos operários para estes terem melhores condições de trabalho, aumentarem os seus ordenados e reduzirem o horário de trabalho.
Com o passar dos anos a fábrica da Adelaide foi diminuindo a sua produção, acabando por encerrar. Anos depois, a fábrica transformou-se no Museu da Bacia do Ave, acabando por se chamar Museu da Indústria Têxtil.
No fim da sessão, O Senhor João disse que se nos portássemos bem poderíamos ir visitar o Museu da Indústria Têxtil, o que nos deixou muito contentes e ansiosos pois, hoje em dia, este museu é visitado por imensas pessoas, sendo um museu que dá orgulho ao Município de Vila Nova de Famalicão.
A Maleta Pedagógica ficou completa com uma visita de estudo ao Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave que os alunos realizaram no dia 17 de maio. Vejam a reportagem.