A FLORESTA DE PEDRA
Há muito e muito tempo, numa terra em que os ricos se evidenciavam, existia um pobre homem que, pela sua fraca sorte na vida, se tinha tornado mendigo.
Era um homem que vivia na rua e durante o dia pedia esmola na praça, onde o comércio reinava e os que se consideravam mais abastados eram homens sem coração. Mesmo assim, todos os dias ele tinha a coragem de voltar àquela praça para arranjar algumas moedas e matar a fome.
Uma certa noite, quando vagueava num lugar sombrio e feio, por ele passou um homem que se dirigia para a floresta. O mendigo logo o chamou e disse-lhe que não fosse por ali, pois quem lá entrasse nunca mais saía. Este, a cavalo, depressa lhe agradeceu e perguntou poderia pernoitar. O mendigo indicou-lhe uma estalagem e foi recompensado com uma moeda.
Correndo com a moeda na mão, o mendigo dirigiu-se à casa de uma senhora viúva e com três crianças para sustentar, à qual logo entregou a moeda que tinha recebido, pois quando o marido desta senhora era vivo, ajudou-o bastante e como gratidão para com esta família, ele entregava tudo o que recebia àquela pobre mulher.
Mas uma tarde, uma cabra faltou a um dos comerciantes daquela praça. Era uma cabrinha simpática que costumava vir roubar um bocadinho de pão ao mendigo. Logo o acusaram de a ter roubado, ao qual ele respondeu que nem casa tinha para a esconder. Mesmo assim, todos se juntaram para o maltratarem, até que o homem a cavalo apareceu e lhes perguntou se tinham a certeza das acusações que faziam. Cegos pelo ódio e com vontade de violência, responderam que só ele poderia ter sido…Pouco depois aparece a cabrinha ao pé de uma banca de legumes. Todos se dirigiram para a sua banca de comércio sem pedirem desculpa ao mendigo e o mais cruel dos comerciantes, dizia que assim ele tinha aprendido a lição.
Desorientado e ferido, o mendigo foi despedir-se da viúva e dos seus filhos, dizendo que ia pedir para outra cidade, pois ali ele já não era bem-vindo. A viúva com muita pena daquele que tanto a tinha ajudado, ofereceu-lhe comida e uma moeda, o que ele recusou, e desapareceu na noite.
Andou durante muito tempo e já exausto, caiu por terra e ali mesmo adormeceu.
De manhã, foi acordado por três criaturas horrendas que lhe perguntaram o que fazia ali. Ao ver tais criaturas, soube logo onde estava; na FLORESTA DE PEDRA. O mendigo desculpou-se, dizendo que se tinha perdido e que não tinha intenção de entrar nas suas terras. Mas logo o levaram ao seu rei, para que ele dissesse o que fazer ao mendigo.
Ao entrar numa gruta, o mendigo deparou-se com uma sala, toda ela repleta de pedras preciosas e sentada num pequeno trono, uma pequena criatura também horrenda, que lhe perguntou que fazia ali. Novamente se desculpou, dizendo que se tinha desorientado durante a noite e ali foi parar. O rei, sentado nesse trono, logo lhe perguntou se a sua verdadeira intenção não seriam as suas pedras preciosas. O mendigo respondeu que não, que tinha ido lá parar por acaso.
Então o rei, pediu-lhe duas das suas riquezas ao qual ele respondeu nada ter; apenas a sua vida. O rei insistiu e pediu-lhe novamente duas das suas riquezas. Não tendo mais nada para oferecer, o mendigo entregou-lhe a tigela de barro com que pedia e o cajado que o ajudava a andar. Satisfeito, o rei colocou a tigela na cabeça, fazendo dela a sua coroa e pegou no cajado na mão direita fazendo dele o deu ceptro real. A seguir ordenou aos seus súbditos que entregassem ao mendigo todas as pedras preciosas que ele pudesse carregar.
Regressando à sua cidade, mais rico do que todos os comerciantes e proprietários das terras e casas, comprou uma enorme quinta repleta de animais, verdes prados e árvores de fruto. A seguir foi buscar a senhora viúva e os seus filhos para com eles constituir uma família.
Naquela mesma hora, na praça dos comerciantes, um burburinho se passava. Eram todos os comerciantes intrigados com a grande riqueza do triste mendigo, todos se perguntando como poderia ser ele agora o mais rico.
Entretanto, chega à praça o rico mendigo e logo se foram juntar a ele todos os comerciantes, principalmente o mais cruel e avarento de todos, para saberem de onde vinha aquela riqueza instantânea. A pergunta foi feita e o rico mendigo respondeu com toda a verdade; disse que foi parar à floresta de pedra por acaso e que o rei dessa floresta lhe tinha dado toda a riqueza que pudesse em troca da sua tigela e do seu cajado.
Ora, avarento, o comerciante pensou que, se em troca de duas peças sem valor, o rei da floresta de pedra deu ao mendigo umas quantas riquezas, se ele lhe levasse riquezas de verdade, o rei de certeza lhe daria muito mais. E assim fez; levando um cavalo carregado de tudo quanto era seu, dirigiu-se à floresta de pedra.
Quando lá chegou, foi recebido pelas três criaturas horrendas a quem disse que queria ver o seu rei, pois trazia todas as suas riquezas para lhe oferecer.
Assim, foi levado ao encontro do rei horrendo e este lhe perguntou o que trazia lá. O comerciante cruel respondeu-lhe que vinha trazer todas as suas riquezas àquele reino. O rei disse-lhe que ele era muito bondoso e que aceitava de bom grado a sua oferta se ele aceitasse em troca a maior riqueza daquele reino. O comerciante prontamente aceitou e entregou todas as suas riquezas. O rei ficou impressionado com tantas peças valiosas e disse ao comerciante que ele merecia a maior riqueza daquele reino.
Levantando-se, o rei foi ao encontro do comerciante cruel e entregou a maior riqueza do seu reino: a sua coroa e o seu ceptro. O comerciante ficou sem palavras e, manhoso como era, disse ao rei que não podia aceitar tal dádiva, mas que se contentava com algumas pedras preciosas. Então o rei insistiu e disse-lhe que não podia dar a um homem tão bondoso apenas pedras, mas sim a coroa e o ceptro que eram a riqueza maior do seu reino.
Ora, o comerciante não teve escolha, a não ser aceitar e sair dali com a tigela e o cajado do mendigo.
Voltando à cidade, o comerciante cruel não tinha mais nada de seu, pois tinha vendido tudo o que possuía para impressionar o rei horrendo. E assim sendo não lhe restava mais nada a não ser pedir esmola na praça dos comerciantes.
Com a tigela na mão e agarrado ao cajado, o comerciante cruel implorava por esmola, mas ninguém o ajudava. Entretanto, chegava à praça o mendigo rico, que ao ver aquele homem esfomeado, sentiu pena e o convidou para sua casa, onde a comida nunca lhe faltaria.
FAMILIA ESCRITORA DO ALUNO: JOSÉ MANUEL GONÇALVES FERREIRA 3ºANO/TURMA 2
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